O secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia de Vasconcelos, disse que para reverter o quadro crítico da Saúde algumas medidas urgentes já foram tomadas, como a contratação de 70 médicos através do Provab, mas ele admite que há necessidade – para um quatro atual de 600 médicos – de pelo menos mais 100 médicos.

Cipriano Maia informou que dentre técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e pessoal do apoio, o quadro de pessoal da saúde é de 6 mil profissionais, mas seria preciso a contratação urgente de pelo menos 500 profissionais.

O titular da Saúde ainda confirmou que o município tem, hoje, 116 equipes do Programa Saúde na Família (PSF), e está caminhando para 130, mas “o que é preciso mesmo é praticamente o dobro disso”.

Apesar do aperto financeiro do município, Cipriano Maia falou que já se conseguiu equacionar dívidas acumuladas desde julho do ano passado e que somavam algo em torno de R$ 2 milhões, bem como a autorização para a realização de 200 cirurgias eletivas, “o que permitiu zerar algumas filas de pacientes em Natal”.

Para ele, as condições estruturais não possibilitam algumas respostas em tempo curto, mas acredita que o decreto de calamidade pública facilitará um pouco esse processo. Em reportagem na edição desta quarta-feira (31), a TRIBUNA DO NORTE mostrou que nas unidades básicas de Saúde, da zona Norte à zona Sul da cidade, a situação é crítica. As realidades dos Postos de Saúde parecem sincronizadas. São longas filas formadas a partir das 4h da manhã, escalas médicas incompletas ou insuficientes para atender a atual demanda, prédios desestruturados, longos prazos para a realização de exames simples e complexos, além do histórico desabastecimento das farmácias e estoques dos postos.

Não bastassem os problemas acima elencados, algumas unidades foram fechadas em decorrência da falta de manutenção preventiva nos prédios, a exemplo da Unidade Básica de Saúde Bela Vista, em Igapó, que cobre uma área com 28 mil pessoas.

O secretário admitiu que em algumas áreas de Natal existem comunidades com até 50 mil habitantes sem nenhuma assistência básica de saúde. Para suprir essa deficiência, ele disse que já neste começo de agosto, a prefeitura deverá lançar um edital de licitação pública para a contratação de obras para quatro novas UBS, três das quais serão erguidas no Planalto e outra no Nossa Senhora da Apresentação.

“Nós temos carências em muitas áreas da cidade, que se expandiu mas os serviços não acompanharam, como no Guarapes e em algumas áreas da Zona Norte”, reforçou o secretário.

Justificativas

– Interdição de unidades de saúde por causa das chuvas;

– Risco de desassistência em obstetrícia, cirurgia traumato-ortopédica, urgência pediátrica e neonatal, neurocirurgia pediátrica e assistência em leitos de terapia intensiva;

– Superlotação dos serviços de saúde ocasionada pelo grande fluxo de pacientes oriundos do

interior do Estado;

– Limitações pré-existentes em muitas dessas áreas, objeto de demandas judiciais contra o município para atendimento de grupos e indivíduos;

– Agravamento dos riscos epidemiológicos associados a coleções aquáticas, como dengue e leptospirose, por causa do período das chuvas.

Fonte – PMN

Reprodução: Tribuna do Norte