SUS vai liberar teste rápido de HIV
Geral
29.12.2013
Será disponibilizado a partir do próximo ano, na rede pública de saúde, um teste rápido de HIV, o vírus da Aids, que promete entregar o resultado em apenas meia hora e pode ser feito em casa. A distribuição do kit para realização do teste à população deverá acontecer gratuitamente, mas a Secretaria Estadual de Saúde ainda não tem detalhes sobre como o programa funcionará no Rio Grande do Norte.
Cerca de 718 mil pessoas vivem com HIV/AIDS atualmente no Brasil, segundo estimativa publicada no Boletim Epidemiológico 2013, divulgado pelo Ministério da Saúde no início deste mês, com base nos dados do ano passado. No Rio Grande do Norte, mais de 400 pessoas contraíram aids no ano passado, contabilizados os dados até julho, segundo Boletim Epidemiológico emitido pelo Minsitério da Saúde.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual DST/Aids e Hepatites Virais, Sônia Cristina Lins da Silva, o Governo Federal ainda não divulgou informações do projeto aos estados. “Até agora tivemos apenas uma videoconferência, realizada na última semana de novembro, mas não houve detalhes. Há uma reunião presencial agendada para acontecer em março, onde teremos ciência de como isso funcionará”, afirmou. “Acredito que comece ainda no primeiro semestre”, acrescentou.
A portaria que normatiza a medida do Governo Federal foi publicada na última quarta-feira (18) pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
Na fase inicial, prevista para março de 2014, o novo método começará a ser aplicado por organizações não governamentais que trabalham com os públicos considerados de risco. “São homossexuais, profissionais do sexo, travestis, transsexuais e usuários de drogas, por exemplo”, explicou a coordenadora.
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Depois, o exame, que diagnóstica a presença da doença através da coleta da saliva, passará a ser distribuído em farmácias da rede pública, em serviços do SUS voltado ao público mais vulnerável e em campanhas contra a Aids. Farmácias privadas também poderão comercializar testes com a mesma metodologia, desde que possuam registro na Anvisa.
Para a coordenadora estadual, o exame mais rápido pode ajudar a desmistificar a doença. Segundo ela, acredita-se que ainda exista uma sub-notificação da doença. Estima-se que 300 mil brasileiros não sabem que têm Aids. “Atualmente existe outro teste rápido que é a coleta da gota de sangue, mas esse novo método oferece mais uma possibilidade para que as pessoas possam fazer o teste e tenham um diagnóstico mais rápido”, disse.
Sônia Cristina também avalia que é necessária a confirmação, caso a resposta do teste seja positiva. “Nenhum exame é 100% eficaz. As pessoas não devem se desesperar, mas procurar um profissional para fazer novos exames. Ser diagnosticado com a doença não significa a morte. É possível conviver com a doença”, explicou.
O kit usado para a realização do teste deverá conter uma haste coletora descartável para a coleta de fluido oral; além de um frasco com solução, onde é colocada a haste coletora após a obtenção da amostra, um frasco com o tampão de corrida de reação e um suporte plástico de teste. É neste último onde ocorrerá a reação e a revelação do resultado.
Se uma linha vermelha aparecer, significa que o resultado é negativo. Caso haja duas linhas vermelhas, o teste indica que há anticorpos anti-HIV na amostra, e, portanto, o resultado é positivo.
Para fazer o teste, deve-se evitar ingerir alimento ou bebida, fumar ou inalar qualquer substância, escovar os dentes ou usar antisséptico bucal com pelo menos 30 minutos de antecedência. Também é preciso tirar o batom e evitar realizar qualquer atividade oral que deixe resíduo. O fluido oral é extraído entre a gengiva e o começo da mucosa da bochecha com o auxílio da haste coletora.
Fonte: Tribuna do Norte