Além dos problemas físicos, os trabalhadores de super e hipermercados têm adquirido cada vez mais doenças psíquicas segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Supermercado do Rio Grande do Norte (Sindsuper/RN). “Algumas delas são decorrentes de situações de dentro da empresa ou do trajeto de casa para o trabalho dentro dos transporte público”, acrescentou Marcos Santana, presidente do sindicato da categoria. Vale ressaltar que ressalta que acidentes de trajeto também são classificados como acidentes de trabalho, assim como as doenças em razão da atividade laboral são consideradas acidentes.

Santana afirma que cerca de 60 trabalhadores passam pelo sindicato todos os anos com algum problema de saúde decorrente do trabalho. Não raramente, as empresas querem descartar esses trabalhadores. “A orientação que a gente tem do MPT é de não homologar demissões de pessoas com doença do trabalho. Aí, gente encaminha para o nosso jurídico e espera a boa vontade da justiça. Mas em 95% dos casos temos conseguido resultados favoráveis”, falou.

O Ministério Público do Trabalho tem o poder de atuar quando verifica danos coletivos aos trabalhadores. Logo, a ocorrência de acidente de trabalho em algum deles indica que os demais podem estar vulneráveis ao mesmo problema. No caso da empresa onde Simone trabalha, o MPT informou que o hipermercado foi condenado a implantar um programa de prevenção por lesão de por esforço repetitivo e contratação de embaladores sob pena de multa de R$ 3 milhões. Quando o trabalhador entra com ações judiciais individuais, o Ministério Público do Trabalho pode contribuir com pareceres.