Uso de álcool e risco de grave comprometimento cognitivo: um estudo de coorte publicado pelo The American Journal of Geriatric Psychiatry
Geral
05.08.2014
Para avaliar os efeitos de uma história de transtornos causados pelo uso de álcool (TUAs) sobre o risco de déficit cognitivo e déficit grave de memória na vida adulta foi realizado um estudo de coorte prospectivo, com dezenove anos de acompanhamento, publicado pelo The American Journal of Geriatric Psychiatry. Estudou-se a associação entre a história de TUAs e o início do declínio cognitivo e do déficit grave de memória em 6542 adultos de meia idade, nascidos entre 1931 e 1941, que participaram do Health and Retirement Study, um estudo prospectivo de uma coorte nacionalmente representativa dos EUA. Os participantes foram avaliados no início do estudo em 1992 e as avaliações cognitivas de acompanhamento foram realizadas a cada dois anos, de 1996 a 2010. A história de TUAs foi identificada através do questionário CAGE com três itens modificados. Os resultados cognitivos foram avaliados utilizando os 35 itens modificados do Telephone Interview for Cognitive Status (mTICS) no último acompanhamento, com grave comprometimento cognitivo incidente definido como um escore ? 8 e grave comprometimento da memória incidente definido como uma pontuação ? 1 em uma subescala de memória com 20 itens. Durante os dezenove anos de acompanhamento, noventa participantes tiveram grave comprometimento cognitivo e 74 participantes apresentaram perda de memória grave. A história de TUAs mais que dobrou a chance de apresentar perda de memória grave. A associação com grave comprometimento cognitivo não foi estatisticamente significativa. Concluiu-se que nos adultos de meia-idade estudados, com história de TUAs, a chance de desenvolver perda de memória grave futuramente aumentou. Estes resultados reforçam a necessidade de se considerar a relação entre o consumo de álcool e as alterações cognitivas numa perspectiva multifatorial durante o tempo de vida. Fonte: The American Journal of Geriatric Psychiatry, publicação online de 9 de junho de 2014